Alicia Ramos, 29 - professora

Dentre seus diversos benefícios, a eutonia contribui para o tratamento de lesões e problemas de saúde, para os quais geralmente são recomendadas aulas individuais em que os alunos adquirem uma percepção corporal profunda por meio de um trabalho direcionado. É o caso de Alicia, que precisou interromper as aulas de sapateado no Uai Q Dança por conta de uma forte dor na região da bacia.

As consultas médicas apontaram três diagnósticos diferentes, e não foi a suspeita de dano no nervo ciático nem mesmo uma possível bursite que a deixaram preocupada.

“No último momento, o médico disse – e foi o que me deixou bastante assustada, que eu poderia estar com uma necrose na cabeça do fêmur”, conta.
“A sensação que eu tenho agora que eu acabei a aula de eutonia, e com todas as aulas tem sido assim, é uma sensação de leveza e de entrega. Eu faria, assim, sessões eternas!” Alicia Ramos, professora.

Além das aulas de sapateado, Alicia também já frequentava aulas de eutonia em grupo.

“Através dessas aulas em grupo, a cada dia eu ia sentindo esse problema. Foi quando a Fernanda me falou que seria interessante eu fazer as sessões individuais”, explica. “E eu só posso dizer que eu sou uma Alicia antes e depois da eutonia, porque aqui eu aprendi a me sentir, a sentir meu corpo na sua totalidade.”

Nas aulas individuais, por meio de exercícios de toque, sensibilidade e percepção, Alicia pode trabalhar mais a fundo sua consciência corporal. “O que eu aprendi aqui é você minimizar os seus movimentos de forma que você não se canse por esforços desnecessários. (...) E quando eu passei a me entregar mesmo foi aliviando as dores”, conta.

Recentemente, Alicia recebeu os resultados dos últimos exames, que revelaram um encurtamento de tendão. Sem a ajuda de remédios e apenas com o equilíbrio da tensão muscular proporcionado pelas aulas de eutonia, ela já caminha para a cura definitiva da lesão. “E então foi isso, eu não tô mais com dor nenhuma, retomo hoje minhas aulas de sapateado e... Só alegria!”

Corpo Cotidiano

É comum que a eutonia conduza os alunos a mudanças de hábitos de vida que se dão de forma natural, a medida que eles vão avançando no método. Pequenas coisas como levantar-se de manhã ou relaxar por alguns minutos passam a fazer parte do cotidiano dessas pessoas, melhorando sua relação com seu corpo e, por extensão, com sua vida.
“Eu era tão estressada, que eu queria fazer várias coisas ao mesmo tempo, só que ao mesmo tempo eu não fazia nada em benefício pra mim (...). Era tudo muito rápido, eu não parava pra comer. Até que em uma aula de eutonia, a Fernanda deu um copo de água, pra sentir mesmo a água na sua boca, até chegar no seu estômago. E foi uma ação interessante, porque depois disso eu demorei uns trinta minutos mais ou menos pra almoçar. Eu até senti dor, muita dor aqui na mandíbula e nos ossos da face por inteiro.

Foi aí que eu passei a ter mais consciência. Poxa, eu estava fazendo tudo muito
mecânico, eu não estava sentindo nem o ato de comer em si. Eu comia por
comer mesmo, não sentia o gosto dos alimentos, não sentia nada”, conta
Alicia.