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Comentário sobre o colóquio: "Conversas sobre eutonia: Pedagogia, Terapia e Arte de Gerda Alexander"

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Relato da participação em um colóquio que foi parte do evento: "Eutonia, corpo em equilíbrio", em comemoração aos 100 anos de Gerda Alexander

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Maria Thereza Feitosa
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gerda alexander, angel vianna, maria margarida, anna maria ferreira santos, berta vischinivetz
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Publicado no site em
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31/12/1969

Corpo em Equilíbrio, em comemoração aos 100 anos de Gerda

São Paulo, aeroporto de Congonhas, domingo, 18 de maio de 2008, 09:23. 

Dados de tempo e lugar de onde e quando estou. 

Eu, ser humano, ser de memória, criando memória e extraindo memória, muitas vezes simultaneamente. 

Belo evento honrador de memória presenciamos no SESC-Pinheiros, na sexta –feira 16 de maio, nas Conversas sobre Eutonia: Pedagogia, Terapia e Arte de Gerda Alexander, colóquio no evento Eutonia – Corpo em Equilíbrio, em comemoração aos 100 anos de Gerda. 

Berta Vishnivetz, Anna Maria Ferreira Santos, Angel Vianna e Maria Margarida (Maguí) Carvalho, quatro mulheres testemunhas cheias de vida, trazendo ao presente o que experimentaram em contato com a Eutonia de Gerda Alexander. 

Ouvimos o que elas nos contam do que viram. Vemos o que aconteceu dentro delas com o que viveram. 

Berta nos apresenta uma bela seleção de imagens de pessoas que inspiraram Gerda e as quais ela inspirou. Através desse parâmetro de inspiração, Berta nos presenteia com suas memórias como aluna e assistente de Gerda . Em sua fala, refere-se à eutonia, sua profissão, como “uma pedagogia excelente para estabelecer a comunicação entre corpo, mente e sociedade.” 

Em continuidade, Anna Maria nos impressiona com sua recordação de Gerda, “uma gazela”, correndo nos estúdios de chão de tabua corrida de Buenos Aires. 

Anna compartilha conosco uma pergunta essencial. Realmente, se o movimento é algo natural, por quê vemos no ser humano tanta inibição com seus próprios movimentos? Em resposta a essa pergunta, a decisão de abraçar a Eutonia como profissão. Nesse trabalho ela encontrou o instrumento necessário para atuar com eficiência acompanhando a outros em sua necessidade de viver melhor o corpo e o movimento. 

Eu me pergunto, será que quando formulamos uma pergunta importante, capital, será possível que estejamos sós? Seja como for, que alegria ao encontrarmos aqueles que navegam pelas mesmas questões! 

Como formula Angel: “Ninguém faz  nada sozinho. Todo mundo tem atrás, na frente, do lado, do outro lado, as pessoas que tem que encontrar na vida.” Suas palavras  revelam visão de espaço, visão de bailarina, de dançarina, de mestra de movimento. Ela nos conta de seus encontros com Gerda e de como esta tocou seu coração pela delicadeza  com seu filho Rainner. 

O tapete da memória segue sendo tecido e Maguí agrega sua visão de que Gerda criou seu trabalho para se curar e permanecer viva. Visão de quem cuida e de quem foi cuidada, pois a própria Maguí beneficiou-se da eficiência terapêutica da Eutonia, tendo sido tratada por Anna Maria que a acompanhou na recuperação ótima de um úmero fraturado. 

Nós, humanos, temos um endoesqueleto, um esqueleto que está dentro, interno ao corpo. Nossos ossos podem ser ajudados  pela Eutonia porque esta tem acesso ao nosso espaço interno, pela profundidade que este trabalho propõe. Profundidade que Maguí enfatiza como um atributo da Eutonia enquanto abordagem corporal para o ser humano. 

Diante de nós, platéia, quatro mulheres palestrantes sobre Gerda Alexander. O que as une aqui, nesse lugar, nesse tempo? O trabalho que cada uma delas fez pela divulgação da Eutonia no Brasil. 

Agradecemos, minhas colegas brasileiras e eu, a cada uma das quatro, a parte que fez pela existência da escola de Eutonia do Brasil. 

Em 2008, centenário de Gerda Alexander, 14 anos de formação da primeira turma de eutonistas do Brasil, comemoramos nos encontrando, pois nosso poeta Vinicius não mentiu ao afirmar: “A vida é a arte do encontro”.