Tato consciente

"A linguagem dos sentidos, na qual podemos todos ser socializados, é capaz de ampliar nossa valorização do outro e do mundo em que vivemos e de aprofundar nossa compreensão em relação a eles" (MONTAGNU, A. 1988, p.19)

Segundo Gerda (1983) a primeira tarefa em um processo eutônico é despertar a sensibilidade da pele, para assim recuperar a imagem do corpo. Só então seria possível desenvolver a consciência do espaço corporal, que abrange músculos, os órgãos e a estrutura óssea. Este despertar se daria a partir da prática do tato consciente, pela qual o aluno vai experimentar a pele de muitas formas, ampliando seu repertório de experiência tátil, vivenciando o contorno de seu corpo e todas as experiências que este processo evoca, integrando físico e psíquico. 
Ao longo de suas experiências práticas no desenvolvimento da eutonia, Gerda observou que os trabalhos realizados de estímulo consciente da pele e do sentido do tato apresentaram profunda influência sobre os processos corporais involuntários (que regulam o tônus muscular e as funções vegetativas) e que a consciência da superfície da pele tinha efeito profundamente terapêutico e até definitivamente curativo em casos graves de insônia, desequilíbrios circulatórios, tiques, dores em um membro fantasma, dentre outros.